Por Outros Mares...(à Mel) (Poema 2300)

Por incrível que pareça, na vastidão dos meus mais de 2000 poemas, dediquei poucos a pouca gente, tendência que nos anos mais recentes acentuei, procurando que cada poema dedicado fosse um momento mais único do que normalmente é cada poema para mim…

E assim…assim passei a dedicar 1 poema a cada 100 escritos.

Este em especial é dedicado a uma pessoa extraordinária que fez coisas extraordinárias por mim.

Ela é a Mel, uma Amiga de rara sensibilidade, de cultura profunda e sabedora erudita daquilo que a palavra Amizade vale, e essa palavra vale mais para mim do que o Amor, pois na minha experiência de vida, os Amores passam e as Amizades quase todas ficam.

Por Isso, Minha Muito Querida e Dedicada Amiga, este só poderia mesmo ser para Ti…

À Mel

Por outros Mares

Por onde navegas

Em Aventuras

Épicas

Trazes ao meu olhar

Que só vê até ao horizonte

Trazes e mostras

Com o teu olhar lúcido

O que se esconde

Para além da minha espécie de trevas

Trazes essa visão

E fazes-me perceber

Que as minhas trevas

São algo de muito relativo

Que só o são

Quando me esqueço do mundo

E só me lembro

Daquilo que consigo

Nos momentos de nevoeiro

No qual ao perder-me

Me agarro ao umbigo…

Fazes-me sair da fortaleza

Onde absurdamente me costumo fechar

E pelos teus olhos

Olho de facto o que está para além do mar

Apercebo-me então

Que os laços da camaradagem

Só os possuo

Quando me solto das grilhetas

Que só me permitem ver

Os meus sobrevalorizados planetas

E através

Da tua verdade

Das tuas palavras

Por vezes cruas

Mas duma honestidade inquestionável

Tanto que chegam a doer

Quando as sinto

Sinto os Outros Mares

Os teus

Que duma maneira fraternal

Tornas também meus

E assim

Me sinto um cidadão do mundo

Sinto que a minha guerra é infértil

Nada de novo me trará

Quando me apercebo

Que só na comunhão

(onde devem perecer os egoísmos

E uma forma errónea de fácil comodidade)

A luz das outras almas

Me Iluminará

Pois a Tua

A Tua

Banha-me duma forma Perene

Duma forma Imortal

Nos tais laços

Que tenho a honra

De contigo Ter

No privilégio

De me tentares perceber

E contradizer

No errado

E de concordar

No que está certo

Sei que poderemos ter imensos mares entre nós

Mas nem eles

Nem o tempo

Nos irão

Nunca separar

Mel…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/02/2010
Reeditado em 24/02/2010
Código do texto: T2102528
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