Entre Paredes

Entre paredes e muros das esquinas

Venenos jogados em versos alados

Que se espalham em forma vazia

Como em espelhos quebrados no quarto

Como amizade que chega ao fim

Como sonhos perdidos no tempo

Um amigo que parte repentinamente

Deixando restos de lembranças e anais

Amarguras de viver esquecido

Ou pessoas que vivem juntas, tribais

Andam pelas ruas arezas

Entre prédios que sobem às nuvens

Que beijam o chão saudáveis

Da chuva que frustra o pobre

Entre sonhos e realidades

Nasce o novo que vive em mim

Na esperança de encontrar um amigo

Aquele que sustenta a dor

Que nos salva o tempo inteiro

Que vive a vida primeiro

Que alimenta a saudade

Que atravessa a ponte

Que faz papel

Que rabisca papel

Que derrama o vinho

Mas, entre paredes se entrega

E não se acha atual

Não vive o veneno fatal

E mesmo se vagar no tempo

Acha o que faz normal.

Luís Pereira
Enviado por Luís Pereira em 11/02/2010
Código do texto: T2081308