AQUI NO CAFUNDÓ


Aqui no Cafundó do Juda
onde ele perdeu a bota,
a vida aqui nunca muda
por que é o fim da rota.

Aqui não existe ajuda
aqui ninguém vem passear,
não é lugar para quem estuda
é somente para trabalhar.

A pesca da carpa cabeçuda
é que faz o tempo passar,
também quando rezo para o Buda
que fica no meu altar.

Aqui não tem Deus nos acuda
não tem por quem chamar,
é só eu e a cadela Raçuda
que habitamos esse lugar.

Cachaça? Só tomo com arruda,
antes do almoço e do jantar,
dá uma tonteira miuda,
mas não chega a balançar.

Precisa ser gente marruda
para essa vida suportar,
ou e para gente sortuda
que daqui não vai mudar.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 05/02/2010
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