O VIAJANTE DAS ESTRELAS E A PRAIA DAS 1000 BORBOLETAS(continuação da Praia das 1000 borboletas)
À Sónia Princesa Imperatriz Borboleta Rainha, Doce amiga que eu gosto desde o princípio dos tempos e que só irei deixar de gostar no final desses infinitos tempos
O VIAJANTE DAS ESTRELAS E A PRAIA DAS 1000 BORBOLETAS
(continuação da Praia das 1000 borboletas)
Venho do fundo do espaço
E do tempo
Vi muita coisa
E muita tenho para contar
Mas
Só me apetece falar
De um determinado lugar
Conheço a humanidade
O que fizeram
E o que querem fazer
Mas é apenas nos seus imensos e belos sonhos
Que eu me quero reter
Vi mundos em reclusão
Raças
No auge e na sua irrisão
Nunca senti que tinha um lar
Até
Aquele destino encontrar
Querendo passar despercebido de vós
Parei num deserto
Até que abri os meus olhos
E por uma borboleta
Fui desperto
Disse que me sentia cansado
E que algo me queria dar
Pedindo
Para algures
A acompanhar
Senhor das estrelas
E seu eterno amante
Fiquei seduzido
Por o que Ela me mostrou
E em mim
Nada foi como dantes
Ali, naquela praia etérea
Não havia nada
Que nos magoe
A dor apenas
Era algo desconhecido
E senti que de facto
Ali
Tinha um abrigo
Tudo o que ali havia
Todos eram diferentes
Pareciam vir de outras terras
Outros planetas
Sendo o elo comum
A sua alma de poetas
Não falavam uma língua comum
Em comum
Tinham apenas o pensamento
E uma enorme necessidade
De dar vazão
A um enorme sentimento
Que era o principal
E que um dia
Antes das trevas actuais
Tinha dominado o Universo
Esse sentir era
Um Amor Puro
Cuja linguagem universal
Era, como tinha lido em tempos,
O verso
Vi sonhadores perdidos
Guerreiros de demasiadas batalhas
Perdidos
Ou apenas gente
Em busca de um sentido
Que ali transbordava
Sendo polinizado
Pelas mil borboletas originais
Que ali moravam
Majestaticamente comandadas
Pela Borboleta Rainha
Que significava a esperança perdida
Ali reencontrada
Que era de todas a mais linda
E foi por estas razões
Que por aí
Uma eternidade fiquei
Senti-me por fim humano
E este simples sentir adorei
E nas longas e eternas noites
À beira de uma enorme fogueira
Por fim falei
A todos
De certa forma ensinei
O que me ensinaram as estrelas
E o pacto de amor
Que com elas jurei
Sou apenas pedaços delas
E alguma carne
Sou parte
Não sendo
Da vossa humanidade
Ou sou apenas um pintor infinito
Um esteta
Que desenha
Agora tranquilamente
a sua arte
N’
A praia das 1000 borboletas