Massivo desencanto
E nesse massivo desencanto,
onde, inerte, cantam os pássaros.
Faço-te uma parte de mim,
oh, precosse gostar de amizade.
Matura, eufemisa, firma.
Semeia os grãos que, inferteis, crescem no concavo
de tuas mãos.
E hoje, falo sem ressaca.
Amizade é um ser que brota em pedra.
Fura, deita e cresce.
Lanço-te ao sol de minha amizade e
fazer-te-ei, tal ou melhor, que fostes antes.
E enquanto ela teimar em brilhar,
continuarei alimentando essa fagulha.
Acolho-te em mim.
Faz-te-ei minha carne, meu sangue, meus sonhos.
Es, tu, sempre, meu lado bom.
Nunca deixarei apagar aquele fogo
que, fielmente, teima em reaquecer nossas vidas.