Verdades

Quando nas horas mais tristes clamei por ti

Ouvi somente o eco de minhas próprias palavras devolvidas pelo vento.

Quando as lágrimas amargas traçaram sulcos por minha face

Encontrei consolo, que ironia, em meu próprio pranto.

Quando a dor da solidão açoitou meu coração atormentado

Foi o meu lamento silencioso o bálsamo que tive.

Quando foram as tuas palavras que me feriram a alma

Fizestes ouvidos moucos as minhas súplicas.

Mesmo quando me negastes o sorriso amigo

O conforto negado encontrei em minha tristeza.

Agradeço-te por tudo que não me deste:

Consolo, apoio, amizade;

Porque assim me obrigaste a encontrar em meu íntimo

A força que mantém vivo o espírito.

Pude, graças a ti, tornar-me alguém melhor e mais forte.

Tornei-me mais rico porque estive onde só vai aquele que nada tem.

Emergi do lodaçal e aprendi que só sobrevive quem tem os pés firmes na rocha.

Compreendi como alçar-me ao firmamento porque visitei o inferno.

Sim, devo agradecer-te!

Por tudo que deixaste de fazer foi que tornas-te possível meu aprendizado.

E tornando-me o que hoje sou, sei que devo retribuir-te.

Mas não tema, pois também aprendi que só os fortes de espírito sobrevivem, e como sei que a omissão é a tua fraqueza, estarei junto contigo quando de mim mais necessitares, para dar-te o apoio, a amizade e o consolo que me negaste um dia, porque precisarias deles muito mais do que eu!