Fabiana

Porque em certo dia,

embaixo da alegoria,

Fabiana percebeu

que havia outro eu.

E Fabiana se pôs a escrever

o que antes só pensava.

E em cada dizer

descobriu o que nem imaginava.

Dores, amores, sentimentos

e mais mil argumentos,

gravaram-se como

burocráticos documentos.

Mas eis que tal Cartório,

público e notório,

guarda muito mais

que palavras marginais.

Fez-se teia de tramas,

de risos e de dramas.

Teia de desejos e de ardores,

que agora viajam em rimas e versos

por caminhos diversos.