Panta Rei

É lei universal,

Aplicável tanto no micro,

Como no macro,

Tanto em cima,

Como embaixo;

Soberana, básica, incondicional.

Heráclito intuiu

E proferiu

Usando autoridade de rei:

Panta Rei!

Tudo muda, flui como o rio

Do nada ao vazio,

Do raso ao fundo

Tudo que há no mundo.

Todos os reinos,

Todos os conceitos,

Toda estrutura,

Toda cultura,

O poder,

O dever.

A fase,

A base.

As placas tectônicas,

As pretensões astronômicas...

A crítica,

A política.

O som,

O tom.

A nação,

A noção.

A impermanência

Da existência

É aterradora,

Avassaladora.

É ditatorial,

Plural,

Essencial,

Absolutamente genial.

Nada é para sempre.

Tudo passa por entre

E se transforma,

Ao som de celestial horda.

Contínua mutação,

Base da própria ação.

Desconhecida direção,

Comandada pela e para a evolução.

Exercer afeição sem apego,

Demonstra respeito e zelo:

- Ao que, realmente, importa;

Mantém esticada a corda;

- Ao que compõe essa sinfonia,

Desenhando a irreparável alegoria;

- Ao que está por trás de tudo,

O mais profundo!

Deixar a vida fluir

Sem muito interferir,

Adaptando-se,

Moldando-se,

Facilita o prosseguir,

Proporciona o sorrir!

É imprescindível,

Para se presenciar o incrível.

P.S. Dedico esse texto à minha amiga Regina Coelho

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 10/01/2010
Código do texto: T2021157