A BORBOLETA ANJO (Terceira parte da Praia das MIl Borboletas)

À Sónia Princesa Imperatriz Borboleta Rainha, Doce amiga que eu gosto desde o princípio dos tempos e que só irei deixar de gostar no final desses infinitos tempos

A BORBOLETA ANJO

De novo nos sonhos

De novo na Praia das Mil Borboletas

Eu conheci mais uma

Que mais uma vez valia a pena

Penso ser a mais discreta de todas

Embora a todas prestasse

Invulgar atenção

As suas asas eram de anjo

E os seus olhos deitavam

Uma espécie de oração

E essas asas

Pareciam

Feitas de algodão

Delicadas e fofas

Tão…

Que eu de lhes tocar

Fiz questão…

Mas mal levei a intenção

À prática

Ouvi a sua voz na cabeça

“Não sou um objecto

E se me queres tocar

Ao menos que mo peças…”

Envergonhado

Lá lhe tentei explicar

Que anjos

Eram uma coisa

Que eu há muito andava a admirar…

E por isso

Queria saber

A textura e a leveza

Para umas iguais

Para mim tentar fabricar…

E ela delicada

E com sabedoria

Me contou

Que Anjos não é quem quer

É quem Deus assim achou…

Mas…

Lá lhe perguntei eu

Tu não és um anjo

Nem uma borboleta

Tu és um “meio”

E por isso

Não sei em que grupo te meta…?

A razão,

O principal motivo

Era

Ela ser um misto

De ambas as coisas:

Tinha alma de ambos

Sonhos

De anjos

E aspirações de borboleta

Sendo por isso mesmo

O que era

Com aureola de poeta

Mas se estava ali

Naquela praia

E não no céu

Era porque estar entre as suas irmãs

Foi a sorte que o Criador lhe deu…

Mas nada era assim tão peculiar

Pois se fosse

O que andava eu

Um humano ali a cirandar?

“Esta é a terra

Dos últimos sonhos

Do renascimento da esperança

E quem por aqui para

Acredita

Na boa aventurança

Na bonomia

Dos tempos que hão-de vir

Na certeza

Que a felicidade

É um destino

Som belo

Que os nossos ouvidos fechados pela dor

Um dia irão ouvir

Por isso

Ali se afogam mágoas

Ali se constroem futuros

Ali se volta acreditar

Naquela praia mágica

Que como praia

Tinha que estar

À beira do mar

E ao lado das estrelas

Por onde o que desejamos

Com as ondas do tempo

E as estrelas cadentes

Ali vem parar

Sendo que depende de nós

Se realmente

Em tal queremos acreditar

E era Ela

Que velava por essa crença

Indo de irmã

Em irmã

Como se visitasse uma flor

Para que elas acreditassem

Que a maior força

E vitória da vida

É o amor

E é por isso

Que eu agora

Vou sabendo

Por onde ando

Porque fui tocado naquele areal

Pela

Borboleta anjo