A AMIZADE E O DEVIR
A ferida, contida,
a tão amiga,
deixou de sentir,
com o tempo,
a fadiga,
fez-se antiga,
e deu-se ao devir;
n'outra estância,
n'outro rumo,
pôde, então, renascer
e crescer,
fez amigos
bem melhores,
do que'u pude parecer;
doce amiga, sentida,
foi embora,
e a não-volta
a'afastou,
mas a musa,
tão querida,
para sempre,
aqui, ficou.
Nota do autor:
"A amiga afastou-se para sempre. A musa está comigo para toda a eternidade."