OLHE...

OLHE...

por Juliana S. Valis

De vez em quando, eu olho a vastidão do espaço

E, no ápice do infinito, meu pensamento encontra o seu,

Pra dizer à lua e às estrelas, no melhor compasso,

Que todo o amor não se perdeu,

E que o sentimento, mesmo sendo escasso,

É o alento humano que a vida concebeu...

De vez em quando me vem uma saudade

De tudo aquilo que eu não conheci,

Como se um réquiem de felicidade

Pudesse mesmo voar daqui

E dissipar a dúvida que nos invade

Quando ninguém sabe se vai chorar ou rir...

Hoje, porém, sei que o amor edifica seus mundos,

Apesar de toda dúvida humana, complexa ou furtiva,

O afeto pode durar sessenta anos ou sessenta segundos,

Desde que a chama da alma continue viva...

E busco, enfim, o seu olhar que acalma,

Vejo entre os sonhos o mar que leve

Qualquer resquício de dor na palma

Do todo amor, seja eterno ou breve.