A OUTRA REGINA

Dizia que o verso foi feito para ela e eu não vou desdizer.

Para que matar uma ilusão e secar uma fonte de prazer?

Meu verso tem o seu nome mas é dirigido a outra pessoa,

Como posso lhe dizer a verdade se a mentira seu ego abençoa?

Como posso desprezar uma lição de vida tão rica?

Ela se acha uma musa e eu um operário que fabrica,

As ilusões para o viver dela não ter uma só tristeza

A ponto de modificar seus passos,andando com mais leveza.

Ela se achou ali e não quiz ficar indiferente a este agrado

Por isso,coteja aquelas palavras como se fosse um namorado

Que lhe prometeu amor eterno e a certeza de um renascer.

Evocando seu nome,não previa tanta cumplicidade com s/memória

Vinda à tona com as passagens que o poema julgava ser transitória

Mas para ela, um arquivo repleto de lembranças para reviver.

CRPOETA - HOMEM

Este poema teve origem no comportamento de uma Regina que,

lendo meu verso de nome REGINA, dizia que o verso foi feito pa-

ra ela.

Cléo Ramos
Enviado por Cléo Ramos em 21/11/2009
Reeditado em 05/06/2011
Código do texto: T1936371