Daqueles, daquelas
Daqueles, daquelas
Daqueles que chegam sem avisar
daquelas que avisam que já estão
daqueles que chegam avisando
daquelas que avisam chegando
perto
tocando minha mão
Daqueles que chegam bem certos
daquelas que só chegam às erradas
daqueles que chegam pelo mar
daquelas que movem as águas
correntes e paradas
pra chegar a tempo de me abraçar
Amigos na cidade, amigos tão longe
confissões despropositadas
palavras de monge
Amigos bem junto
palavras sinceras
agendas abertas
versos que encontram o caminho
debaixo de cobertas
Fique mais um pouco
quero te ouvir um pouquinho mais
quando fecho seu e-mail
me sinto à beira do cais
com as mãos estabanadas
Daqueles que não chegam nunca
daquelas que chegam pra ficar
daqueles que falam por charadas
daquelas que vão direto
ao assunto, ao ponto
Daquelas que parecem gente
daqueles que não são diferentes
da gente
Me deixe ficar ficando
me deixe falar falando
me deixe imaginar olhando
a nuvem mudar de forma
devagar
As poses tentadas nas fotos
os cenários escondidos ou não
as mensagens evidentes
que não puderam ser ocultadas
- meu amigo leia meus olhos
- minha amiga leia minha mão
Amigos que chegaram sem alarde
tem agora seu lugar à parte
amizade é um estado de arte
um bom amigo é um rei
defendendo meu Estado
mesmo se estou só, sitiado
Toda vez que te encontro
num post mal digitado
me sinto na pista do aeroporto
o coração batendo inflado
pronto para voar para bem longe
feito um monge num tapete
feito um menino
sobre um dente de leão
Flutuando
feito um menino
sobre um dente de leão
Gyn, 12/11/2009, à noitinha.