TEU ROSTO
Quis que fosse de improviso,
Mas que fosse o mais fiel,
Abri o meu coração,
Dele tirei um pincel,
As tintas e os humores
E um pedaço de papel.
Tracei primeiro os cabelos,
De um dourado furta-cor,
No riso franco agradável
Dei um tom branco de flor,
O sol beijando-lhe a fronte
Deu um quê de bronze-alvor.
Os olhos de brilho intenso
De felicidade enfim,
Pintei o brinco pingente
Lembrando a cor do marfim,
Disfarcei as belas sardas
Pondo na boca um carmim.
Soltei a imaginação
E fui pintando feliz,
Fiz um furinho no queixo,
Arrebitei o nariz,
Não revelei nada mais
Pra não virar chamariz.
Me encantei com ele pronto,
Dei-lhe o nome de buquê,
Embrulhei para presente
Sem antes o meu porquê,
Uma inscrição bem grande:
PARABÉNS PARA VOCÊ!