ULTRAPASSAGEM METAFÍSICA II
ULTRAPASSAGEM METAFÍSICA II
Juliana S. Valis
Quando o céu me ultrapassa no infinito do amor,
Sou o véu metafísico que defende a verdade,
Até que o sol me convida a ser uma luz que restou
Entre a cruz e a espada de qualquer tempestade...
Tento assim, com vontade, ultrapassar qualquer medo,
De súbito, sou o segredo que não se revela, jamais,
Quando o tempo pergunta: já é tarde ou tão cedo
Para revolucionar a humanidade numa chuva de paz ?
Sim, sou o silêncio loquaz que a todos invade,
Sou a chuva de lágrimas que lavam a rua,
Ao ver tanta violência inundar a cidade,
Numa crise humana, na realidade tão crua!
Então, de repente, vejo-me cortada como árvore só,
Entre toneladas de outras que ultrapassam os anos,
E ninguém salva o planeta? Ninguém desata este nó
Entre ambição e cobiça, repetindo os velhos enganos?
Ah, será possível que um mero conceito de probabilidade
Possa medir a profundidade exata do que seja “o amor” ?
Quando o espírito se ergue, nessa questão que lhe invade,
O próprio amor ultrapassa o sentido que for...