SILÊNCIO SEM MÁSCARAS (Non Scriptum)
SILÊNCIO SEM MÁSCARAS (Non Scriptum)
Juliana S. Valis
O silêncio nem sempre mascara a realidade,
Ele apenas incita a dúvida não escrita
No sentimento único que nos invade,
Quando a razão se torna um pouco mais aflita,
Quando os minutos se vão, ao fim da tarde,
Na solidão que, bem na alma, grita...
Não, o silêncio não mascara a felicidade
Nem precisa preencher as máculas de um tempo vão;
Quem sempre usa máscaras é a sociedade,
Tentando encobrir a torpeza e a corrupção...
O silêncio é a plataforma de várias sensações da alma
E de tudo o que é abstrato e não escrito,
Não explicado, não avisado, nem difundido,
E a razão é apenas um ruído diante do silêncio que nos acalma,
Como um som metafísico que não pode ser ouvido,
Como um bom pensamento que mal cabe na palma...
Mas, tu, sentimento indelével que vai além do mundo,
No silêncio e no sonho de afáveis cores,
Avisa-me o dia em que tu mesmo fores
Realizar a máxima do amor profundo.