Primavera Arrefecida

Algo terrível aconteceu.

A primavera arrefeceu.

A estrada quedou-se vazia.

Avizinha-se uma frente fria:

Dias cinzentos, nublados,

Tristemente molhados,

Pelas lágrimas sinceras,

De Janaína,

Minha mais que querida amiga.

Não suporto imaginar a sua dor.

Preferiria que fosse comigo esse horror.

Essa sensação de perda do chão...

Essa insuportável aflição,

De perder a mãe mais que amada,

Muito mais que idolatrada!

Logo agora nesse seu momento

Tão complicado, tão mal escrito,

Quase que totalmente desprovido

De sentido,

Que contorce o umbigo.

Para o qual não há unguento.

Uma tortura

Cega e muda.

Impune,

Imune,

Cruel,

Adornada em putrefato fel!

Ela fez de tudo:

Deu voltas ao mundo

Feito super-homem,

Recorreu a sagrados totens

Para salvar,

Ou, ao menos, tentar aliviar,

O materno sofrimento,

Seu particular tormento.

Mas de nada adiantou.

Não teve jeito,

Ferindo barbaramente seu peito,

Sua mãe embarcou

Na última viagem.

Fez a passagem,

Para o desconhecido,

Para o incerto e não sabido.

Não estou certo

De sua devoção ter sido reconhecida,

Identificada e percebida.

O sentimento de Janaína por ela é tão forte

Que, sem dúvida alguma, nublou o seu norte.

Talvez, agora, lá do infinito,

Terezinha possa ouvir o seu grito

De incondicional admiração

Amparando-a sob esse furacão.

Estarei sempre por perto,

Por dentro,

No seu centro,

Com toda a força que Deus me deu

E toda a sensibilidade que me aconteceu.

Janaína é uma das pessoas mais importantes,

Mais relevantes,

Em minha conturbada vida.

Fonte de orgulho e muita alegria.

Uma mulher decidida,

Para quem o único caminho é a subida!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 12/09/2009
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