LIBERTE-SE DA TENTAÇÂO
ÉBRIOS
Inúmeras paisagens inebriantes
Dançam aos olhos dos viajantes
Seus olhos não podendo conter-se
Nas órbitas, passeiam, voam
Por vielas de prazer infindo
Orgias, fantasias, delírios.
Sonhos, pesadelos, desvios.
Ravinas de esperanças mortas
Oásis de águas doces
E noites de céus constelados
Onde as estrelas em seu bailado
Beijam as palmeiras gigantes
Seus corpos febris e ardentes
Reclamam carícias sem fim
Como se desejassem possuir
Todas as flores do jardim
Num longo suspiro sorver
A essência da vida eterna
Em sua languidez mórbida
Deseja tudo sentir, sorver.
Não conhecem o respeito
As trevas os seduzem
Para os abismos profundos
Onde reflexos falsos reluzem
Iludindo-os, assediando-lhes.
A alma adormecida e esquecida
Embriagados das seivas do vício
Vagueiam nas dimensões perdidas
Viajando sem sair do lugar
Esquecidos da verdade doce
Que os faria caminhar ao infinito
Ficam presos na falsa luz do luar
As feudo jóias da inveja e da cobiça
Paralisaram os sentidos reais
As flechas da luxúria e do orgulho
Feriram profundamente o arbítrio
Em desarmonia com sua essência
Desequilibrados, loucos, desesperados.
Tentam se erguer, mas logo são empurrados.
Pelos verdugos implacáveis
Alimentados por suas culpas
E atos impensados do pretérito
No minuto final de suas forças
Quando sentem que perderam a luta
Pedem socorro, com a garganta seca.
Sedentos da água cristalina
Que desce do infinito rio
Da misericórdia divina.
E assim lentamente, gota a gota.
Vão matando sua sede
Suas almas despertando
Para a os primeiros raios deluz
da Realidade Maior.