Célia II

Algumas atitudes

São de uma incomensurável magnitude.

Algumas criaturas,

Talvez sem perceberem,

Sem nem mesmo quererem,

Agem absolutamente de acordo com a “altura”.

Eu tive uma prova

Dessa espécie nova,

Que surpreende,

Que entende,

O que realmente importa.

Gente que não rói a corda!

Precisei ir novamente para o hospital.

A pressão subiu de forma fenomenal.

Enquanto aguardava ser atendido

Desastrosamente abatido,

Ela apareceu

E seu carinho me envolveu.

Foi mais que um alívio.

Eu estava em pleno suplício.

Chorava muito, assustado.

Não sabia o que pensar, desarvorado.

Pois ela invadiu a enfermaria,

Para minha surpresa e alegria.

Quero deixar claro,

Que nos conhecemos há quatro meses,

Empatia espontânea que não acontece muitas vezes...

Nem sei seu nome inteiro,

Apenas e tão somente o primeiro:

Um encontro incontestavelmente raro.

Pois bem, fiquei deitado,

Esperando a pressão baixar, medicado,

Por mais de seis horas;

Seis torturantes horas

Pois ela ficou de pé ao meu lado,

Confortando-me,

Cuidando-me,

Interessada apenas em me ver relaxado.

Saiu apenas para almoçar.

Trouxe-me mousse de maracujá, ao voltar.

Não estou muito acostumado com tamanha atenção.

Têm sido áridas as paisagens, por onde tem andado meu coração.

Foi uma surpresa e tanto,

Que ajudou em muito, a parar meu pranto.

Um belo sentimento,

Materializado em comportamento.

Que lição de humanidade,

De irmandade,

Que alma generosa,

Da cor do mais puro rosa.

Célia, minha preciosa amiga,

Ser-lhe-ei grato por toda a minha vida.

Conte sempre comigo.

Aquelas muitas horas, ali, juntos

Fez-me acreditar que ainda há salvação para o mundo.

Estou totalmente comovido

E, profundamente agradecido!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 26/08/2009
Reeditado em 27/08/2009
Código do texto: T1776002