Achei-te bom, poeta
Ao caríssimo amigo e poeta AGIL
Achei-te bom, poeta
talvez um pouco rodeado
de espinhenta rosa
de fútil prosa
de aparatosos utensílios médicos
Mas achei-te bom, amigo
bem humorado e paciente
como sempre
tratando de te ajeitar
à horizontal ferida
Vi em ti luz de vida
e empenho suficiente
para te recuperar e prosseguir
aquilo que ficou à espera
de ser rematado por ti
Terá de haver maior condena
para acabar com tanta força
e tanta razão
e virá um dia, decerto, mas hoje
hoje toca continuar na cena.