Julia

O mundo está se acabando

E a vida se isola se medo.

Sem medo de temer o tirano,

Sicrano, fulano, beltrano,

Bonzinho como todos nós.

A vida se enrola em seu próprio enredo

E os pássaros passando passados com tanto,

Que passam cantando nesse passaredo,

Sou eu e você preenchidos de espanto,

Somos nós, na noite, marchando pra vida e fim.

Ó Julia,

Bem vês que a patrulha

Que chega e passa

Apesar de ser pulha

É de gente da massa.

Quando chega me amassa,

Amarrota a camisa

E eu sigo a rota da brisa,

Sem destino marcado,

Só e desesperado,

Eu arrasto a humanidade,

Adentro a eternidade e fim.

Idéias se batem,

Homens se matam,

Homens se humilham,

Se beijam, torturam

E a vida faz fagulha,

Mas, Julia,

A vida não é assim.