O Domínio das Emoções

Tendo que se convencer da perda,
sobrepujando a incômoda
expectativa de possível retorno.
Amargo remédio contra
o egocentrismo dos apaixonados.
O mundo, afinal,
não gira em torno deles.
Julgar a todos como que insensíveis
à sua amargura, atingindo os limites
da profunda e intensa autopiedade
para depois atacar-se com auto-ironias
chegando até ao sarcasmo.
Numa fúria que visita 
uma perigosa agressividade suicida.
Para então parar, calar seus movimentos
Optando por abandonar as emoções.
Deixa de lado a poesia,
e busca as teias racionais da filosofia.
Que os pensamentos trabalhem
como bravos peões a domarem
os potros selvagens dos sentimentos.
Daí a fuga das expressões do rosto,
daí a maquiagem de insensibilidade,
a conveniência da indiferença.
Por isso a imobilidade
das cordas vocais,o silêncio nervoso
que oculta um estranho
nó na garganta.
Uma agudo aperto
no coração mostrando,
externamente, força,
mas temendo ser vítima
das emoções soterradas.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 25/06/2009
Reeditado em 11/07/2009
Código do texto: T1667204
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