Pra Não Dizer Adeus...

Não verei mais as suas lágrimas,

nem os seus dolorosos prantos;

nem os seus tristes, melancólicos desabafos...

Nem ouvir me dizer baixinho,

sussurrando em meu ouvido: - Eu te amo!

Não verei seus olhos cintilarem,

nem seu coração se emocionar

por ler com ternura um poema meu.

Não verei seu triste e tênue sorriso,

nem sua esperança de ser feliz

pelo poder imensurável de Deus.

Não verei mais sua interminável paciência,

nem sua inabalável e doce ternura

que para meu ser foi grande cultura,

pois este ser contigo muito aprendeu

durante este tempo de convivência.

Não verei mais seus ternos poemas...

Não sentaremos mais no tronco da árvore

no meio do mato pra ver a formosa lua-cheia

cintilar e dar asas ao nosso sonho e imaginação.

Não resolverei mais seus problemas,

nem o seu doloroso e cruel edema

recalcado de ternura, tristeza e saudade paternal.

Não serei seu baluarte, pois não iremos mais à igreja,

então, não lutaremos mais juntos nesta peleja;

nem sonharei mais com sereias... pra quê?

Não mais conversaremos...

Não mais discutiremos...

Não mais nos divertiremos...

Não mais cantaremos...

Tu não sabias como era bom!...

A nossa união era um baluarte!

Ninguém mais sentirá inveja!

Os canteiros não serão mais olhados com êxito!...

A lua-cheia não será mais olhada com afinco

e atenção como nós a olhávamos

por debaixo das árvores e entre suas folhagens

verdes na escuridão imensa da noite.

Como tudo era tão lindo!...

Havia fantasia...

Havia volúpia...

Havia encanto...

havia serenidade...

Havia calcaria...

Havia cumplicidade...

Não veremos mais o Planeta Marte,

nem as lindas estrelas cadentes: azuis, rubras ou brancas.

Não veremos mais o corcel na pastagem

comendo e balançando sua cumprida calda pra espantar os insetos...

Não mais pensaremos a galope...

Não te ajudarei mais; não sorrirei mais;

não me verás mais... talvez nunca mais.

Tu irás, mas gozo não terá!

Tu irás, mas confiança não dará.

E ambos, por longos e longos dias, perderemos

um ao outro: o sono... a ternura... a alegria...

O companheirismo... o regaço... o afago... o encanto e a paz.

Vais amiga!... Vais com Deus!

Vais para sua terra natal levada por teu cruel destino;

deixe este poeta humilde peregrino

com seu CD Player Compact Disc Digital

esperar a outra melodia entrar em seus ouvidos...

E quem sabe encontrarei outra flor sem espinhos,

outra fonte de águas cristalinas,

outro escudo, outra espada de dois gumes...

Esperarei-te lá no cume

da verdadeira amizade e do amor real.

Vença por ti, mas não se esqueça de mim

e este poeta continuará a amá-la

por longos e longos dias, tenebrosos,

mas não se esquecerá daquela menina que foi:

Companheira, ajudante, conselheira,

amiga na tristeza e na alegria.

Um dia desses a gente se vê... parte de mim...

01/05/02 00h25min

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 22/06/2009
Código do texto: T1662242
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