A um amigo
Das muitas amizades
Que tive em cada trecho
De minha curta vida
(Embora, espero, longa
Se contar o porvir),
Você continuou
Por diferentes fases
Amigo, acompanhando
Este que tantos foi
Em questão de alguns anos.
Belas recordações
São as que tenho, hoje,
De seus muitos conselhos.
A voz sempre serena
Pelo meu telefone
Pedindo o que se pede
A um amigo em problema:
A boa e velha calma
Que tanto a ter me custa
E a você, tão constante.
Fica em mim gratidão,
Por isso e tanto mais.
Amigo, que valor,
Que grande valor tem!
Quisera que na vida
Ninguém antes morresse
Sem um como você
Chegar a conhecer.
Sou um dos que mais sabe
De como nobre luta
Contra o que a vida quis
Que valente enfrentasse
Você veio a travar.
Por isso mais o admiro,
Tanto mais, por saber
Que nada lhe foi dado;
Tudo foi conquistado.
Amigo, que valor,
Que grande valor tem!
Aproxima-se agora
Um novo desafio,
Que por talvez dois anos
Lhe apare novas lascas,
Algumas dolorosas,
Mas todas, como disse
Já certa vez a mim,
Servirão a um propósito:
Lapidar, lapidar
A preciosidade
Que ora você já é
Em outra ‘inda melhor.
E apesar da distância
Nesses longos dois anos,
Fica a proximidade
De nossos corações
No verso eternizada
Para não ter saudade
Da terra que ora deixa
E do amigo sincero
Que aguarda sua volta.