A Dualidade de Existir

Paz que enfrenta a guerra,
dois arquétipos pessoais
que enfrentam-se no mesmo ser.
É o inflexível miliciano
que não quer ceder
um único milésimo de terreno,
indomável orgulho,
São as rédeas do controle das emoções
e da mente retesando
os músculos para o combate.
Para de repente ver-se contido
pela enérgica consciência.
Seria loucura? Dupla personalidade?
A jovialidade da agressividade
sempre encontra pela frente
uma culpabilidade envelhecida.
A faceta humana não suporta
a força impositiva da alma obstinada,
fica feliz e triste.
No mesmo ato encontra
com a derrota de parte
e a vitória de outra parte de si.
Dividido, mas percebendo
nascer imensa lucidez
do contínuo conflito que abriga.
Assusta-se ao constatar
os impulsos vulcânicos
contidos na humildade do silêncio.
E quando vezes exausto
visita-lhe compulsória paz
trazendo-lhe estranha felicidade.
No mesclar de forças
que enfrentam-se encontra a rejeição,
mas também a afetiva aceitação.
Sente a sina do maldito que é expulso,
mas também do bendito
que é esperado e bem vindo.
Por outra vezes confunde-se,
não sabendo se busca ou se é buscado,
se deve agir ou esperar.
Então, interioriza-se,
abandona sem perceber o cotidiano,
por um instante despreza toda a luta,
para perceber divagando na própria solidão,
e ali se sente estramente acompanhado
.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 20/06/2009
Reeditado em 20/06/2009
Código do texto: T1658626
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.