Os Inconscientes
 

Eternas calmarias
de um oceano longínquo.
São águas
desprovidas de movimento.
E na inércia a vida
parece desaparecer,
na ação reside
a constatação de vida existente.
Seriam, então, corpos
desprovidos da fagulha divina?
Seriam vasos vazios de alma?
Na falta de
uma consciência individualizada
havia uma grande mente coletiva
e instintiva.
Teríamos, assim, seres próprios,
ou mecanismos conduzidos
por certa energia vital.
Na ausência da consciência
que busca e avalia:
Não estaria morta a árvore da vida?
Não seria a própria antítese do existir,
cuja intensidade
prepondera sobre o viver?
Buracos negros a contraporem-se
às luzes do universo,
abismos sem fundo
ao invés dos pícaros.
Uma massa virgem e primária,
densa e sem leveza,
selvática a confrontar-se
com a eterelidade.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 09/06/2009
Reeditado em 09/06/2009
Código do texto: T1640100
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