Andando pela Noite

Observa o céu noturno.
Na impossibilidade
de alcançar a lua e as estrelas,
sente a distância indesejada.
Fraterno é o sentimento
de desejar algo
e não conseguir obtê-lo,
imprudência das paixões
mal resolvidas.
Altas horas,
o clima começa a esfriar,
sente que o frio
parece querer apagar
a pequena chama que lhe resta.
A epiderme está arrepiada,
incomoda-lhe
a queda de temperatura,
resolve apertar o passo.
Agora anda depressa,
dirige-se com maior velocidade
para lugar algum,
busca o que não encontra.
Tem muitos temores,
mas não consegue identificar
do que, efetivamente.
Não anda, apenas vaga.
Uma sombra entre as outras,
uma espécie de alma penada,
pois que insiste em estar
onde não lhe cabe.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 08/06/2009
Reeditado em 08/06/2009
Código do texto: T1638945
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