A Superficialidade

Cheio e farto do mundo,  
quer esvaziar-se
de alguma maneira do excesso
de emoções perturbadoras.
Sente a porta
do coração se fechar.
As horas chamam,
a agenda de culpas
e compromissos
reclama a presença.
A aridez do cansaço compulsório
haverá de se esconder atrás
de um sorriso cheio de dentes.
Gestos bem pensados bordarão
com diplomacia
uma civilidade educada
e cheia de artificialismo.
E tudo estará bem,
numa matemática emocional
que há de acobertar
os incômodos das dúvidas.
Por fim,
despertará o ego disperso
e achará tudo desprezível,
querendo encontrar
algum significado maior,
algo pelo que valha a pena existir.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 07/06/2009
Reeditado em 07/06/2009
Código do texto: T1637040
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