Eco
Cada vida pincelo pouco
Pois os caminhos me desafiam
Assassino esse desejo louco
De ter raízes que não me desviam
Queria morrer de alegria por encontros alheios
Gostaria de conhecer todas as vozes
Escutar através das paredes que criei
Sobre alívios, frustrações e algozes
Cada pedra movida sem ajuda
Cada risada morta no eco
Me fazem odiar minha caminhada
E matar de sede qualquer auto-afeto
Fotografias de dias idos
Recordam meus amores
Os poucos a quem chamei de amigos
Os dias que decorei com flores
Não encontro sequer uma pista
Do momento em que optei por solidão
Mas meus olhos repudiam uma única vista
Minha morada não tem chão
Como é que se alinham desejos opostos?
Coração e alma conflitantes
Se eu achar que ambos são a mesma moeda
Tudo volta a ser como antes?