OUTROS MUNDOS

À Sónia Princesa Imperatriz Borboleta Rainha

OUTROS MUNDOS

-Um dia, um dia hei-de te amar como tu mereces

ou talvez não…

Pois afinal quem pode adivinhar o futuro

E a sua perturbante questão…?

-Mas o futuro é muito longe…

Respondeu-lhe com infinita tristeza e igual dose de amor

nas lágrimas que conteve com demasiada dificuldade

para esconder um gigantesco calor

Pois, ao contrário do que ela pensava

Eles não eram dois mundos que resultariam numa hipotética união

Eles eram dois astros

Numa rota desencontrada de colisão, de solidão

E Eu observava a tudo

No meu papel de astronauta

Dos sentires

Herói sem o ser da sua perdida causa

E por isso lhe criava quadros com as estrelas

Escrevia poemas no céu da mais próxima galáxia

Recuperava a arte das histórias antigas (que ela gostava)

E fazia-lhe ver a urgência

De acharmos gente amiga

Para ultrapassar aquele drama intemporal

Pois eu vivi até há pouco tempo

Um demasiado igual

Porque na fraternidade dos homens livres

Nunca se está sozinho

Disse um Sábio um dia

E com isto tudo

Quis-lhe apenas mostrar toda a minha ternura

Que no meio da sua tempestade cósmica

Ela tinha em mim

Um indestrutível

E fiel Amigo

Porque nessa luta titânica

Tu podes ir bem fundo

Mas ter-me-ás sempre a teu lado

E aquilo que sempre estou a gerar,

Meu maior tesouro e legado supremo

Outros mundos