A Ingenuidade e a Maturidade

Sonhos e fantasias.
Os dias de juventude,
da imaginação, idealizações.
Feliz era aquele que ainda ingênuo
vivia a pensar que tudo 
era regido pela boa vontade.
Incauto é aquele
que não amadurece
da sua ingenuidade.
Mas antes que isso aconteça
viverá os delírios daqueles
que se pensam aves.
Sentirá o corpo leve,
terá a curiosidade das crianças
e um dia despertará para as paixões.
Cheio de vontade,
sairá em busca
da grande aventura da vida,
o suposto conquistador.
Brincará com suas emoções e sentimentos,
até que o dia chegará
em que elas hão de brincar com ele.
Suporá haver lealdade
onde por vezes existe
apenas encenação,
uma brilhante atriz de teatro.
Suporá haver liberdade
onde existe apenas indiferença.
Imaginará atração
onde há interesse.
E irá se iludir com a cumplicidade
que descobrirá ser reles conivência.
Então o engano, a decepção.
Transformará em megera
quem tinha como suposta deusa.
Destilará ódio onde dedicou tanto amor.
Sentindo-se injustiçado pela vida
que lhe deu amargo copo de vinho
quando esperava docilidade
Criticando-se de forma exasperada,
por ter aberto o coração
para os sentimentos da vida.
Valorizando a ignorância afetiva,
alegando ter criado insônia
onde havia sono tranqüilo.
Reclamando da frustração e decepção
que tomaram conta
dos seus mais ternos sentimentos,
e seus mais puros desejos.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 27/05/2009
Reeditado em 27/05/2009
Código do texto: T1617548
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.