O Companheiro Silêncio
 
Escrever por escrever, por necessidade
que impõe-se acima da utilidade.
Escrever para tentar encontrar
a linha condutora da própria razão,
para tentar acalmar a intensidade
quase descontrolada das emoções.
Do extremo amor doativo
ao furioso ódio pelo ego ferido.
Reconhecer força em ambos,
mas saber que a consciência,
na forja do tempo, já optou
claramente por um caminho.
Foi no embate íntimo,
foi no arder da dor,
que aprendeu-se com os próprios erros.
Entretanto, reconhece-se
que o instinto bravio ainda está vivo.
Sabe-se que, quando renascido,
faz o corpo ser prisão para a alma.
Já se pensou em destrui-lo,
hoje sabe-se que lhe cabe educá-lo.
Haverá o dia em isso será
mera força obstinada a contê-lo.
Porém, dia haverá
que surgirão, transformados
em virtudes do espírito.
Assim é que não caberá orgulho
naquele que souber
que até os anjos trilharam nas trevas.
É sobre o alicerce atávico
que ergue-se o edifício da alma liberta.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 26/05/2009
Código do texto: T1615642
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