As Descobertas do Silêncio

Totalmente só,
irmanado unicamente
no vazio de sua solidão.
Ínfimo ponto de luz
a insistir-se vivo
na imensidão do universo.
Numa derradeira tentativa
de construir
em meio à desordem.
São versos perdidos
que sobrevivem
por insistente inspiração.
Um concatenar de palavras
que tentam fugir
das contradições.
Uma marcha anárquica
que tenta evitar
os inúmeros confrontos.
São antíteses
que se subjugam
às mais dialéticas interrogações.
E cheio de cólera humana
tenta desvendar
os segredos do céu.
Cavaleiro errante
delira na ilusão
de suas forças efêmeras.
Algo de patético
orgulho de ego
movimenta o seu coração.
E querendo
a tudo encontrar,
frustrado, fugindo
para seu íntimo.
E lá querendo esconder-se
encontrando estranho
e vago mundo.
Tudo convertido
em alta velocidade;
a longa estrada sem chão.
Letras rebeldes
unindo-se em sílabas
criando tensas palavras.
E o pensamento
em êxtase chegando
a estranhas respostas.
E as frases surgindo,
montadas num complexo
de combinações.
Parágrafos a perderem-se
de vista...
Tantos pontos finais.
E num doloroso encontro
o turbilhão de idéias,
para surgir então
o prazer da descoberta.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 25/05/2009
Código do texto: T1614112
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.