UM Poeta
Razões para ser o que sou não me faltam
Razoavelmente atento ao meu inverso
Risco a página e com uma frase recrio o universo
Distante de mim sou eternamente outra figura
Displicente em tudo que ao meu redor se configura
Dissimulado a ponto de satirizar a própria sepultura
Discípulo de um Deus cuja fé não se mede pela altura
Inverto o que era luz e então me esqueço
Invoco o que foi Jesus e então me perco
Invento uma flor azul e então me aqueço
Não olhes para mim como quem procura uma saída
Não meças minhas palavras como quem busca a perfeição
Não procure aqui o outro que displicentemente de ti se perdeu
Não sou o poeta das causas impossíveis e nem tão pouco sou o Ulisses de Homero...
Razões para ser o que sou não me faltam
Razoavelmente atento ao meu inverso
Risco a página e com uma frase recrio o universo
Distante de mim sou eternamente outra figura
Displicente em tudo que ao meu redor se configura
Dissimulado a ponto de satirizar a própria sepultura
Discípulo de um Deus cuja fé não se mede pela altura
Inverto o que era luz e então me esqueço
Invoco o que foi Jesus e então me perco
Invento uma flor azul e então me aqueço
Não olhes para mim como quem procura uma saída
Não meças minhas palavras como quem busca a perfeição
Não procure aqui o outro que displicentemente de ti se perdeu
Não sou o poeta das causas impossíveis e nem tão pouco sou o Ulisses de Homero...