Para Não Morrer Antes da Hora
E falta a nascente das palavras.
Hoje a garganta é um árido deserto.
No momento presente
o coração se transformou numa caverna inabitável.
Tenho a sensação de não ter nada a dizer.
Nessas circunstâncias deveria me calar,
mas existe uma luta íntima, um renhido combate
como de um náufrago contra o mar.
É uma batalha travada para não sucumbir,
para não morrer antes do tempo.
Surpreendo-me com o ímpeto
de lutar até a última gota de sangue.
Desejaria aqui criar um poema,
mas faço mera confissão,
faltam-me a inspiração e sentimentos.
Confesso também
que faz-me falta viver
sem a companhia da escrita,
é como perder parte de mim.
Creio que em parte necessito
mais dela do que ela de mim.
Mas de alguma forma estamos juntos.
Unidos não apenas na agradável confraternização,
mas também em momentos de conflito geral.
Nela registro minhas dúvidas.
Ao escrever desvendo meus caminhos,
registro minhas descobertas,
enfrento os meus medos,
minha razão e minha emoção.
Ganho a liberdade que tanto almejo.
São pelas letras que transformo
minhas angústias individuais
em alguma filosofia.
A escrita é a testemunha de minha existência,
é a grande companheira de meus muitos dias.
Não sei se sou mais do que hoje sou,
mas no presente me avalio
como pedra em estado bruto.
Vejo-me sem os escudo de defesa,
percebo-me completamente desarmado,
franco demais e sem máscaras.
Uma aventura arriscada,
um desafio extremamente perigoso
traçar o solitário caminho das divagações.
Estaria tomando atitude pouco ponderada,
estaria perdendo a praticidade
que nos mantém no cotidiano.
Haveria outra possibilidade?
Vejo-me obrigado a reagir justamente
por me sentir acuado pelo dia a dia.
Gostaria de rejeitar as letras,
talvez fosse um meio de tornar mais fácil
a adaptação a vida diária,
mas é impulso natural.
Através delas sinto alívio, é como se flores
brotassem na dita aridez cardíaca.
É como se fosse visitado por brisas matinais
que abrandam o calor ardente
de meu espirito abrasado.
É sol com raios agradáveis
a desmantelar as insistentes trevas
que teimam em me assombrar.
São lua e estrelas noturnas
que amenizam o meu duro realismo,
dando-me a criatividade e o dom de sonhar.
E sensibilizam minha alma,
como se fossem a musa
que inspira o poeta em seu silêncio.
Ao terminar um texto me sinto renascer,
por vezes é necessário recolocar os pés no chão.
E nesse interagir de lógica e sentimentos,
é como se visse as imagens que descrevo.
É a sensação de ganhar asas e me erguer em voo,
embora tenha a certeza de não ser pássaro.
E falta a nascente das palavras.
Hoje a garganta é um árido deserto.
No momento presente
o coração se transformou numa caverna inabitável.
Tenho a sensação de não ter nada a dizer.
Nessas circunstâncias deveria me calar,
mas existe uma luta íntima, um renhido combate
como de um náufrago contra o mar.
É uma batalha travada para não sucumbir,
para não morrer antes do tempo.
Surpreendo-me com o ímpeto
de lutar até a última gota de sangue.
Desejaria aqui criar um poema,
mas faço mera confissão,
faltam-me a inspiração e sentimentos.
Confesso também
que faz-me falta viver
sem a companhia da escrita,
é como perder parte de mim.
Creio que em parte necessito
mais dela do que ela de mim.
Mas de alguma forma estamos juntos.
Unidos não apenas na agradável confraternização,
mas também em momentos de conflito geral.
Nela registro minhas dúvidas.
Ao escrever desvendo meus caminhos,
registro minhas descobertas,
enfrento os meus medos,
minha razão e minha emoção.
Ganho a liberdade que tanto almejo.
São pelas letras que transformo
minhas angústias individuais
em alguma filosofia.
A escrita é a testemunha de minha existência,
é a grande companheira de meus muitos dias.
Não sei se sou mais do que hoje sou,
mas no presente me avalio
como pedra em estado bruto.
Vejo-me sem os escudo de defesa,
percebo-me completamente desarmado,
franco demais e sem máscaras.
Uma aventura arriscada,
um desafio extremamente perigoso
traçar o solitário caminho das divagações.
Estaria tomando atitude pouco ponderada,
estaria perdendo a praticidade
que nos mantém no cotidiano.
Haveria outra possibilidade?
Vejo-me obrigado a reagir justamente
por me sentir acuado pelo dia a dia.
Gostaria de rejeitar as letras,
talvez fosse um meio de tornar mais fácil
a adaptação a vida diária,
mas é impulso natural.
Através delas sinto alívio, é como se flores
brotassem na dita aridez cardíaca.
É como se fosse visitado por brisas matinais
que abrandam o calor ardente
de meu espirito abrasado.
É sol com raios agradáveis
a desmantelar as insistentes trevas
que teimam em me assombrar.
São lua e estrelas noturnas
que amenizam o meu duro realismo,
dando-me a criatividade e o dom de sonhar.
E sensibilizam minha alma,
como se fossem a musa
que inspira o poeta em seu silêncio.
Ao terminar um texto me sinto renascer,
por vezes é necessário recolocar os pés no chão.
E nesse interagir de lógica e sentimentos,
é como se visse as imagens que descrevo.
É a sensação de ganhar asas e me erguer em voo,
embora tenha a certeza de não ser pássaro.