Diálogo de Corações

Quando encontrar uma lágrima oculta
em meio a um sorriso,

não deixe que a tristeza lhe visite,
pois de dor e alegria é que vive a existência.

Por isso não chore, mas fique feliz 
pela compaixão que vive em seu coração.

Se ainda assim não conseguir
e for  visitado por compulsória melancolia,
sinta-se conformado, pois antes ela
do que a invasão pela amargura.

Lembre sempre que a primeira
é mãe da ironia,
finge não ter esperança
quando ainda a quer,

enquanto a outra gera o sarcasmo 
que está naquele que se desiludiu,
que desistiu de uma vez por todas da luta.
Sempre haverá riso a desafiar as lágrimas,
sempre surgirá tristeza disposta
a zombar da alegria.

E talvez nisso habite boa parte
da sutileza de um fascínio oculto.

Quem sabe o tesouro de cada um que,
se descoberto, tudo poderia modificar.

Mas enquanto isso, fica a brincar
num jogo de contraposições,
onde a inspiração que cria a poesia
gera um pensar onde flui a filosofia,
num encontro entre emoção e pensamento, 
vendo nisso delicada beleza.
 
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 01/05/2009
Reeditado em 11/07/2009
Código do texto: T1570697
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