No cais, silentes.

Nós, os poetas, somos o alicerce

dos sentimentos do mundo.

Quando rimos é até as lágrimas.

E quando choramos todas as dores,

mesmo que a perda tenha sido mínima,

afogamos a alma em letras

e os poemas tornam-se fecundos.

Na metáfora mal dita

com dupla interpretação

falta a rima e escorre o sangue.

Seriam o amor e o ódio em duelo

num intercâmbio de emoção?

Nós, poetas, somos uma fatia

de alma sinalizada.

Amamos com intensidade.

Gestamos poesias lunáticas.

No final nos encontramos, silentes,

num cais denominado Saudade.

Dedicado a Poeta Diumira Pierini