A um amigo...

Todos se foram,

Apagaram-se as luzes,

A festa terminou...

Ninguém estava lá.

Exceto aquela pessoa,

Aquela única pessoa

Que não te deixou por nada.

Quantas vezes tinhas tu chorado

E quantas vezes

Ninguém havia aparecido

Para secar tuas lágrimas,

Exceto aquela pessoa,

Aquela única pessoa

Que quando não conseguiu fazer cessar teu pranto,

Chorou junto a ti;

E quando tinhas tu

Te achado sem cais,

Não havia pessoas nem faróis

Para te guiar,

Exceto aquela pessoa,

Aquela única pessoa

Que tinha só uma pequena chama

E a dividiu contigo,

Para que trilhassem juntos

Um caminho que não seria fácil.

Tu não tinhas onde te apoiar

Quando te faltou o chão,

Não havia sequer um

Que te apontasse um sustento,

Exceto aquela pessoa

Que te deu a mão

E caminhou contigo

Pelo doloroso percurso das rosas negras

E quando foi preciso

Desencravou os espinhos

Que faziam sangrar os teus pés

E o teu coração...

Se tu tivesses aberto os teus olhos

Terias visto que a tua volta

Só havia o silêncio,

A quietude, no entanto,

A voz que sussurrava ao teu ouvido

Era aquela pessoa,

Aquela única e solitária pessoa

Que não te deixou cair

Quando todos diziam

Que não resistirias ao abalo;

Que não te abandonou

Quando o mundo te virou as costas;

Que não te deixou parar

Quando a tua vontade era desistir;

Que não te permitiu desacreditar

Quando toda a esperança

Estava em um sonho...

Aquela pessoa era o teu amigo

E hoje... Hoje ele se foi,

Pela primeira vez

Ele te deixou sozinho.

Agora podes ver

Que tudo é escuro,

Pois a luz, aquela pequena chama

Que um dia, a muito tempo

Vocês dividiram,

Se extinguiu,

E sinto lhe dizer

Que ela não renascerá.

Uilton David
Enviado por Uilton David em 03/04/2009
Reeditado em 06/04/2009
Código do texto: T1520866