Alma de Artista
Ainda me lembro de um balaio
onde brincava inocente
feito pelas mãos de um vizinho
bem humilde,
mas grande artesão
das palhas e sisais.
Eu ficava a olhá-lo
tecendo nó a nó
cada curva de sua arte
que depois de pronta
ia vender de porta em porta
pra ganhar seu sustento...
E era tão pura sua rotina,
parecia que pra ele
o tempo era diferente,
o carinho com que amarrava
as lascas, com que tecia
as palhas
fazia com que elas
parecem frágeis cristais
em suas mãos...
tão puro o amor
com que dava vida
ao seu trabalho.
(Sirlei L. Passolongo)
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