A PRINCESA E O GELO
À doce e muito querida Sónia Neves, Princesa borboleta
A PRINCESA E O GELO
Era um tempo
De frio
Era um tempo de gelar
E ela vivia num palácio
Cercada de gelo
De onde podia gritar
A sua dor
A premente revolta
De um feiticeiro
Que a tirou do mundo
E lançou gelo à sua volta
Prisioneira ela estava
Seduzida parecia permanecer
Queria partir o vidro frio que a rodeava
Mas era escrava do seu próprio ser
Ignorando que o mesmo coração
Que a amarrava
Deitava um belo calor
Que iria dissolver tudo
Mesmo aquele atípico amor
Mas para isso
Ela teria de acreditar
Que por debaixo
Daquela espécie de glaciar
Há uma flor
Que quer ver a luz do dia
A flor és tu
Que porfia
Na tua
Imensa agonia
Que este escriba
Tenta quebrar
Dando-te pequenas palavras
Com as quais
Tens de voltar a gostar da vida
Que está à tua espera
Pois “a eternidade pode esperar por nós
Mas a vida não”
Pois a alma por vezes até congela
E a paz
É um dom
Que há de fazer por merece-lo
Não queiras pois ser uma eterna
Princesa e o gelo