A FLOR E O VENTO
À Sónia Neves, Princesa borboleta
A FLOR E O VENTO
Havia, há muito, muito tempo
Tempo nenhum
Tempo real
No país dos pensamentos
Uma bela flor
Que a nada nem a ninguém fazia mal
Frágil por fora
Estava ao sabor dos elementos
Que levavam o seu perfume
Para todo o lado
Deixando qualquer ser
Encantado
Com o seu canto lindo
Aroma sem igual
Amava o sol, as estrelas
Toda
A inocente natureza
Mas esta abanava-a
Fazia cair as suas pétalas
Que lá iam crescendo
Mas também eram razão
Do seu tormento
E os bichos e as pessoas
Que não a compreendiam
Ou queriam compreender
Riam-se da beleza
Que pensavam ela estar a perder
Ignorando que esta se regenerava
Ignorando
Que ela de facto nem se importava
Porque, por debaixo da terra
Ela possuía poderosas raízes
Mais fortes do que a das árvores
Que lhe tiravam o sol
Pensando na sua grandeza vã serem felizes
Esquecendo-se que Ela estava ali
Antes delas
E assim iria continuar
Enquanto
A lua e o sol
Continuassem a brilhar
E o solo guardasse o que ela era
E o vento soprasse a sua herança
Pura mensagem de amor
Imensa mensagem de esperança