NECESSIDADE ÁUREA DE ESCREVER
NECESSIDADE ÁUREA DE ESCREVER
Juliana S. Valis
Entre as linhas do infinito, eis que a literatura cresce
E eu não conseguiria parar de escrever, mesmo que eu quisesse,
Mesmo que eu dissesse à minha mente: pare !
Ela, incrivelmente, nem sequer me ouviria,
Pois ela tem mais ousadia que a minha própria essência,
E, como consequência, sou apenas serviçal das letras,
Que refletem tudo na dimensão do mundo e dos sonhos,
Na emoção mais sublime entre sentimentos tristonhos,
Como um verso que me escreve lá no inverso de mim,
No universo sem fim de palavras que me fazem humana,
Nesta brevíssima vida, e nesta simples alma
Que vê sentido em escrever, sem perguntar: por quê ?
Sem indagar: pra quê ? Sem pretensão alguma !
Pois apenas o coração capta a sensível arte da expressão,
Ainda que o mundo seja injusto e não sinta nada,
Ainda que o tempo voe como o vento sem direção precisa,
Não sei realmente, lá no fundo, o que eu posso dizer
Sobre esta sede que tenho de arte e cultura,
Não sei se "ser poeta" é um fato que tem ou não cura,
Mas constantemente me procura essa necessidade áurea de escrever.