REMINICÊNCIAS
REMINISCÊNCIAS
Já não sei onde me escondo.
Não me encontro nas dobras do passado.
O presente é tão frágil, tão mortal!
O mundo já não tem mistérios.
Quando amanhece, meus olhos acordam as coisas ao meu redor.
O meu gato siamês; meu vira-lata querido.
Meu desejo acorda sem pejo das posses do dia.
Procuro uma lágrima terna, uma voz perdida.
Entretanto, meu grito está calado dentro de mim.
O chorar não tem a essência do triste,
apenas esclarece, dissolve o corpo, banha a morte.
Lá fora, o chover, que era forte,
pediu passagem sobre meus olhos de barro,
Nos sulcos do meu rosto, a chuva tornou-se neblina
onde gotejam histórias que ficarão gravadas no livro da minha vida.
Escrita por todos que passam e deixam nela suas marcas,
suas feridas ou quem sabe suas alegrias a mim transmitidas.
HELIANA MARA