ROSA VESTIDA DE LÍRIO
Publicado na coletânea Vôo Independente I, edição de 2002, da Associação Gaúcha dos Escritores Independentes.
Qual rosa vestida de lírio, és tu, ó silvestre orfila.
Teu verde maduro desdobra em vermelho paixão
O lácteo perfume, qual libido obtusa meu gênio.
E o gênio empanado vê virgem em branco delírio
Tal verde de orfila traduz-se em orvalho torrente,
Hidratando olhares e, qual lente a mirar esperança,
Arrefece meu ser de espasmo pulsar inebriado,
Que, vencido a razão, só anela os beijos de orfila
Orfila, - A rosa morena enfeitada, vestida de lírio.
De branco pureza é o amor que ao vento espalhas.
Vermelho paixão – com descuido imponente me imputas.
E o verde é a esperança – móbil ostentar de teus sonhos.
Do campo, a erva que seca e se queima não és tu.
Impetuosa, és vontade emergente vencendo o destino.
Vencedora, parida não fostes – tão pouco vencida surgistes.
Agruras não temes – meu coração conhece teu poder.
És orfila – poderosa paixão; amor inocente – Orfila tu és
Wilson do Amaral