TODAS AS PESSOAS

TODAS AS PESSOAS

Juliana S. Valis

Veja agora todas as faces de todos os tempos,

Substituindo-se nos impasses dos sentimentos,

Como se os ventos já fossem resgatar

Todo o amor que se esvaiu no mar,

Toda a dor que, talvez, tivesse nome,

E toda a emoção que tivesse a grande fome

De aconchego, de luz, de perspectiva...

Assim, continuamente vejo em cada face viva

Um grande espectro de possibilidades humanas,

Como se não houvesse apenas "uma" verdade altiva,

Mas vários entendimentos, reacendendo chamas

De nossos pensamentos, sem razão furtiva...

Pode ser que um mesmo indivíduo assuma mais de uma personalidade,

Oscilando entre defeitos e qualidades, entre atitudes más ou boas,

Assim como um artista amador que ama a paz e a tempestade,

Como o poeta Arthur Rimbaud que decidiu ser todas as pessoas,

No labirinto de egos, máscaras e enigmas, constituindo a humanidade,

Isso é, de fato, o grande navio da multiplicidade sem proas.

Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 02/02/2009
Reeditado em 02/02/2009
Código do texto: T1417329
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