IMORTALIDADE

Poema em parte dedicado à minha nova amiga Sónia, para que a sua dor passe depressa

IMORTALIDADE

(Letra)

Observo-te

Com o pormenor de uma lupa

Como se nada se passasse

O tempo é um veneno

Com o rotulo

Imortalidade

Estou cansado de estar

Sem nada realmente

Ver ou poder concretizar

Imortalidade

Pois as feridas exteriores

Estão sempre a sarar

Mas as interiores

Demoram uma eternidade a cicatrizar

Imortalidade

E passo por momentos

Ou lugares

Onde Antigamente fomos felizes

No tempo das Pirâmides

Onde dissemos tudo um ao outro

Fruta que colhemos demasiado cedo

Dos nossos mal guardados íntimos pomares

Imortalidade

Agora o mundo parece-me demasiado pequeno

Sem a tua presença

Pois ocupa-lo todo

Na tua ausência

Imortalidade

Porque se a vida vale por um momento

Foi nesse instante onde tudo podia ter ganho

Tudo desperdicei

Que eu hoje tudo lamento

Imortalidade

E foi numa rua qualquer da Cidade Luz

Que ouvi um piano

A fazer lembrar a tua voz

Que tudo seduz

Que tudo seduzia

Nestes tempos novos

Da mais pura utopia

Porque dizem que o tempo

É um grande escultor

Talha em nós os sentires

Que abafam a antiga dor

Pele incómoda

Debaixo da qual

Surgirá a mais pura alegria

Tempos Gloriosos

Nos quais nos ergueremos para sempre

Construindo um Império De Magia

Onde a Perenidade

Será a mais pura realidade

Pois basta sonharmos

Nem que seja por um segundo

Para atingirmos a

Imortalidade