ANO NOVO ?
ANO NOVO ?
Juliana S. Valis
Se um ano novo se tornasse gente,
O que ele faria do impasse mais profundo?
Será que ele correria do tempo, tão incongruente ?
Um ano "encarnado" transformaria o mundo ?
Poderia melhorar o tempo, ou mudar a mente
Das pessoas que brigam pelo motivo mais infecundo ?
Por mais absurdo que seja, você, que é tão mortal:
Ano Novo, que chega e passa nas emoções fugazes,
Talvez conheça bem os corações do mundo desigual,
Talvez tenha viajado no tempo sem fazer as pazes
Com sua própria essência, entre o bem e o mal,
Como se ninguém ouvisse suas observações vorazes ?
Sim, tantos anos passam querendo nos falar,
Talvez até mostrar os erros do passado,
Entre tudo e nada, além do céu, do mar,
Além das maravilhas de um mundo errado,
E, assim, um Ano encarnado pediu para contar
Suas concepções e seu aprendizado !
Depois de tantos séculos e tantas conjecturas,
Esse Ano encarnado resolveu nos dar uma entrevista,
Contando sobre suas emoções e aventuras,
Dizendo que o poder de quem conquista
Terras, impérios, reinados e loucuras,
Pode ser o abismo do orgulho que se avista
Na alma humana, nas ações mais obscuras,
Na fama efêmera como areia movediça...
Disse o Ano encarnado que talvez, num grito,
O som transcendesse o céu de um monumento qualquer,
No tempo invisível, até as grandes pirâmides do Egito,
Vendo todos os séculos na perspectiva da fé !
Em nossa mente altiva, talvez haja um confusão
De idéias, de pensamentos sobre nós, e o povo;
E sobre isso, o Ano encarnado nos faz uma afirmação:
Todo ano pode ser velho se nós não o tornarmos "novo" !
E, no redemoinho dos seus sentimentos,
Você se perdeu na História humana ?
Conheceu, na Grécia, o grandes pensamentos ?
Combateu, depois, numa invasão romana ?
E seu coração partiu-se em sonhos lentos,
Como se um século, um ano, uma só semana
Já não fossem medidas sós de tantos ventos,
Mas de fragmentos que a humanidade aclama !
Você viveu entre risos, dores e glória,
E tantas épocas viveram aí, em você ?
Como se fossem flashs da humana História,
Atravessando séculos no amanhecer,
Entre a cruz e a espada, na luz tão simplória,
Que o tempo traça pra nos conhecer.
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