É de madrugada
Ninguém se lembrou
que fazias anos
porque não lembraste
ninguém
porque
É de madrugada
Ninguém se lembra
quanto és bela
porque esqueceste
de adiar o tempo
porque
É de madrugada
Ninguém se lembra
como és amiga
porque telefonas
demasiadas
poucas vezes
porque
É de madrugada
Ninguém ousou
ver
a profundidade
do teu olhar
porque esqueceste de
abrir os olhos
porque
É de madrugada
Ninguém se recorda
da sabedoria
das tuas palavras
porque te escasseia
a voz
porque
É de madrugada
Ninguém se lembra
da alegria do teu sorriso
porque o mutismo
comeu-te o rosto
porque
É de madrugada
Poema protegido pelos Direitos do Autor