AR PURO
AR PURO
Juliana S. Valis
Poderíamos rir, se não fosse tão real
A grande máquina da economia global e desumana;
Sim, poderíamos rir se já fosse o final
De tanta desigualdade na realidade insana...
E, no escuro, dormem as ilusões perdidas,
Como estrelas caídas de um céu confuso,
No escarcéu de emoções que não serão vendidas
Neste mundo capitalista, onde a dor é como um parafuso
Ou chip de um computador que muda nossas próprias vidas,
Sem setas de saídas, no sistema global, injusto e obtuso !
Ah, não diga que o problema não é seu, o problema é nosso:
O grande dilema das crises que vêm e vão,
Sem respeito a alguém que já esteja lá no fosso,
Ignorando bilhões de pessoas, no mundo e na multidão...
Mas, agora, vou parar de rimar e vou ter esperança,
De que adianta só reclamar, se a dança material continua ?
Enfim, o mundo é um grande teatro, mas tão poluído,
No fundo, de tantas e tantas coisas
Que provavelmente, daqui a alguns anos, existirão
Inúmeras pessoas simplesmente viciadas em ar puro.
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poema registrado por Juliana Silva Valis, copyright.
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