Redenção
De encontro ao meu, ainda está teu peito
Ouvindo o meu, silencioso e lento
De um abraço delicado e intenso
Que sem aviso fez parar meu tempo
Meus dedos apertados em tuas costas
Como evitando que escorressem lágrimas
Dos olhos castigados de lástimas
Que marejados refletiam o passado, enquanto esmagavam suas costas
Teus dedos apertados em minhas costas
Pedindo um perdão sombrio
Em busca de uma misteriosa redenção
Por um segundo de hesitação, enquanto seus dedos esmagavam minhas costas
E os meus braços voltando a dizer
Que mais uma vez o perdão existe
Mesmo pra quem sem pensar insiste
Em errar e persistir no próprio erro
E os meus olhos que não viam você
Mas enxergavam intrínseco em sua alma
A sua face que escondia calma
Sua ternura, seu instinto perro
Mesmo mudado o corpo resta a alma
Essa não muda, apenas a aparência
Resta a nós, amigos, a incubência
De o fazer voltar ao que fora
E não se podia mais esconder de nenhuma maneira
A lágrima, que na minha face ainda corre
E mostra de forma não tão costumeira:
“A amizade é um amor que nunca morre”